Carta 1 – Viagem Dentro


Se eu fosse um território, queria mostrar-te os meus caminhos, os meus estares, os meus pertences, sobretudo os imateriais, os meus seres, as minhas histórias e explicações, as aspirações, os sonhos que enlutei e o gerador de novos sonhos.... O meu lado máquina, o meu lado lua, o sol dos meus sorrisos, as vontades fracas e as loucas! Queria que dormisses nas minhas casas, te despisses frente aos meus espelhos, te alumiasse a luz fosca dos meus candeeiros, por vezes das ténues velas, passasses as mãos pelo soalho lavado, rolasses no tapete felpudo languidamente, abrisses os armários e fizesses muitas perguntas, para eu ruborizar, te tranquilizar, me esquivar por momentos, mas voltar com resposta...queria dar-te o meu mapa, informar-te do meu desvio gravitacional, das estrelas secretas que me orientam... queria o mesmo, ou equivalente, de ti! Queria...

Yours sincerely

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