Carta 3- Conversas de Tempo

Meu querido L.

Sem que “meu” signifique qualquer posse... apenas, L. do meu querer, L. desejado, portanto querido, por mim!

Como estás hoje? O que podes partilhar hoje comigo? Como está o tempo? Não o Tempo do clima, que está quase sempre divergente do que devia, o atrevido (!), mas o Tempo de viver, para usar, gastar, despender, perder, aproveitar, gozar, na vida... Como estás de Tempo?! Como está o teu Tempo? Está como o queres? Ele está-te favorável? Fazes o que queres com ele? Não o tens? Tem-lo pouco? Queres pensar no teu Tempo, L.? No Tempo que foi, é e será...No Tempo de cada um de nós dois, no Tempo possível em comum. Como vamos falar do Tempo? Como um recurso, como um tirano, como um bem que se possui e perde, ou ganha, como?  Vais estar Tempo comigo? Vais ganhá-lo, perdê-lo, usá-lo? Vais arranjar Tempo para nós, vais roubar Tempo a alguma outra coisa, vais deslocar, mobilizar, transferir Tempo? Vais mudar o Tempo, no Tempo, com o Tempo? Como vai ser?

No meu Tempo, há Tempo para te aninhares, para esquecer de medir o Tempo, para ficar...

Pensa no Tempo e em nós, por favor, meu querido L.!

Yours sincerely

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