Strude

Strude! - insistia Blaumvil! Escutava atentamente. Strude! Strude! - replicava a cave profunda na rocha sedimentar milenar. Demovido, senta - se e aguarda atentamente, fuma atentamente, sonda o estado interno atentamente; engole um trago de saliva aromatizada de hortelã profusamente vitoriosa naquele microssistema da mina de água; no tímpano o pingo gutural de mil frequências assíncronas gémeas de cristal  ricocheteia com a dignidade justa e irrelevante da sua singularidade. Strude - murmureia disperso da vontade anterior!
Otto equipado de botins e capa impermeável penetrara, lanterna de mineiro como um chifre de unicórnio e Strude quisera acompanhá - lo! Fazia uma boa hora que desapareceram por entre o rumor cristalino e o marulhar a esmorecer até ao infinito ressonante mediado por pequenas alfinetadas das gotículas cadentes... Strude! És tão frágil! Como podes arriscar longe da minha mão auxiliadora, maternal, que desprezas seguramente... Strude! O corpo, camada sobre camada, um corpo só, deu- se um nó! Fechou - se em espiral. Blaumvil que aplacou cada pixel dorido pressionou mais ainda para estancar a ferida sangrenta congénere da alma. A fenda álgica  fechou com Strude inclusa até à dissolução autoimune e Otto, mal menor - tumor benigno! Sentiu - se vencido e vencedor!

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