Igna poesia.
Igna Morna encheu de poemas o corpo, em particular a voz, de graves lunares e a cabeça, de borboletas roxas. E tudo se conjuga em harmonia. Igna apouca com o que lhe fica após o pulsar do ventre ora cheio ora vazio, o seio bombando, o cansaço rude dos dias donde não sobra eros para o homem. Afina o tom, apruma o casaco, escrutina o gesto, toma de empréstimo aquele esgar outrista. Aprende a verter no corpo a prontidão de parir o verso para o qual não nasceu - antes se apossou, sem nexo ou necessidade - e se feriu de excesso. Não era suposto Igna feia rir assim sem siso, nem freio, mulher de si, extraída do eco dos gritos, como fruto do imo.