Mikuá

Ouso, Mikuá, te invocar hoje, que está frio dentro, para te inquirir sobre os restos de teia que se apegou aos dedos pegajosamente. como faço para libertá-los? ainda que tenha passado tanto tempo e a solução seja ignorada. vamos à lagoa. voltemos à lagoa com a Bonnie a saltar estupidamente e nós ainda com distâncias fluidas, entre nós e tudo o resto, menos com a Bonnie que nos interpela e liga à natureza. à natureza meia-meia à nossa volta, nem forte, nem fraca, depauperada, ainda assim apaziguadora do sentimento estéril e urbano. ela saltita como uma doida, está feliz sem se importar com as nossas complexidades e a conversa corre sem fluência, só porque sim, pelas aparências, sem uma convivência sólida; uma entrevista de seleção especial sem sujeito nem objeto: uma luta de trincheiras. não foi nesse dia nem no seguinte que algum de nós se deu por vencido! tudo correu sobre o pano da aparência: congelamento da verdade sentida. tudo se adiou, se infletiu no fluxo espontâneo. e daqui e dacolá e assim e assado, tudo muito articulado em máscaras a fingir flores de pele. e fomos ao café. e comemos o pastel de nata. e fizemos tudo o mais com os fios do nada. e nada aconteceu. e aconteceu dizermos que se seguia o nada. e hoje ficou assim:

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