INTERMUNDOS 4
OMNI5 ~ Seres raiz
Luísa tem tido pesadelos: relações que a confundem; deslumbramentos que acabam em vertigens, em quedas de abismos. Estendida sobre a cama-cápsula medita um pouco sobre o significado destes sonhos, afinal também entremeados com o transe dos dias - de vez em quando apanha-se em ruminações românticas como se fosse autora de um romance deceptivo, e às vezes, verte essas monadas da imaginação em pequenos textos, poemas brancos ou histórias - mas isso está a parecer-lhe já cacofónico e despropositado! De onde vem toda esta fantasia? Para que serve? Ela não é escritora, definitivamente! Embora consuma, experimentalmente, um romance por dia, via osmose, e ainda leia uma crónica da rede social de uma querida amiga dotada para a escrita enquanto toma o pequeno almoço tradicional, que mantém na dimensão museu da sua vida. Para uma transição mais suave de estilos de existir, o Centrório permite que cada ser raiz opte por manter aspetos da sua vida anterior, na designada dimensão museu.
Mário tem insónias: é do calor, pensa! Mas tem-se recordado de relações passadas, umas prolongadas outras mal iniciadas - aparecem juntas nas estórias oníricas. Ele não entende isso.
O mundo está em reboliço - todos os dias novidades, reformulações societais, novas estruturas políticas, descobertas científicas, uma explosão de aplicações tecnológicas, surtos epidémicos biológicos, informáticos ou da web social. Lá vai o tempo em que web social eram os softwares para fazer contactos e propagar ideias e opiniões. Hoje é uma tecnologia sofisticada, suportada por uma área interdisciplinar e é o centro da política.
Os seres raiz não são mais seres humanos no sentido anterior do termo: têm extensões cognitivas, musculares, emocionais e instâncias. A inteligência não é mais individual, mas propriedade de redes.
As ciências humanas implodiram e recriaram-se com as amostras artificiais de sujeitos: os estudos exponenciaram-se; qualquer sondagem é divulgada em tempo real e altera a seguinte - é uma série, um fluxo permanente; a estatística pôde evoluir (lá foi o tempo de ser descritiva), é plenamente causal e dá conta da hipercomplexidade a que se chamava caos. A física e a quântica fundiram-se finalmente. Os seres humanos, ou o que resta deles, são estudados ao ínfimo pormenor, em big data e inteligência artificial. Atualmente, as novidades provêm do estudos das relações intermundos, das redes web e das quânticas (antes intuídas como morfogenéticas), das relações instanciais entre si e com os seres raiz e o efeito das extensões nos mesmos.
Luísa tem tido pesadelos: relações que a confundem; deslumbramentos que acabam em vertigens, em quedas de abismos. Estendida sobre a cama-cápsula medita um pouco sobre o significado destes sonhos, afinal também entremeados com o transe dos dias - de vez em quando apanha-se em ruminações românticas como se fosse autora de um romance deceptivo, e às vezes, verte essas monadas da imaginação em pequenos textos, poemas brancos ou histórias - mas isso está a parecer-lhe já cacofónico e despropositado! De onde vem toda esta fantasia? Para que serve? Ela não é escritora, definitivamente! Embora consuma, experimentalmente, um romance por dia, via osmose, e ainda leia uma crónica da rede social de uma querida amiga dotada para a escrita enquanto toma o pequeno almoço tradicional, que mantém na dimensão museu da sua vida. Para uma transição mais suave de estilos de existir, o Centrório permite que cada ser raiz opte por manter aspetos da sua vida anterior, na designada dimensão museu.
Mário tem insónias: é do calor, pensa! Mas tem-se recordado de relações passadas, umas prolongadas outras mal iniciadas - aparecem juntas nas estórias oníricas. Ele não entende isso.
O mundo está em reboliço - todos os dias novidades, reformulações societais, novas estruturas políticas, descobertas científicas, uma explosão de aplicações tecnológicas, surtos epidémicos biológicos, informáticos ou da web social. Lá vai o tempo em que web social eram os softwares para fazer contactos e propagar ideias e opiniões. Hoje é uma tecnologia sofisticada, suportada por uma área interdisciplinar e é o centro da política.
Os seres raiz não são mais seres humanos no sentido anterior do termo: têm extensões cognitivas, musculares, emocionais e instâncias. A inteligência não é mais individual, mas propriedade de redes.
As ciências humanas implodiram e recriaram-se com as amostras artificiais de sujeitos: os estudos exponenciaram-se; qualquer sondagem é divulgada em tempo real e altera a seguinte - é uma série, um fluxo permanente; a estatística pôde evoluir (lá foi o tempo de ser descritiva), é plenamente causal e dá conta da hipercomplexidade a que se chamava caos. A física e a quântica fundiram-se finalmente. Os seres humanos, ou o que resta deles, são estudados ao ínfimo pormenor, em big data e inteligência artificial. Atualmente, as novidades provêm do estudos das relações intermundos, das redes web e das quânticas (antes intuídas como morfogenéticas), das relações instanciais entre si e com os seres raiz e o efeito das extensões nos mesmos.