O Amor faz Fome, Fred!

A menina tinha uma educação muito pudica, lá pelos finais dos anos 60, inícios dos 70, cheia de moralismos e misteriosas proibições. Mas quando estava de férias, a vizinha, com idade para ser sua avó, emprestava-lhe o Corín Tellado. Ela ia sorvendo o que podia e o resto guardava na memória para um dia mais tarde compreender: foi o caso de uma sequência enigmática, em que um Fred infiel à esposa, estava com uma loira avantajada, envolta em lençóis, que dizia: - "o amor faz fome Fred!" A relação entre lençóis e amor - a primeira coisa a descodificar; amor e fome - a segunda. Quanto aos "lençóis", facilmente lá chegou, mas a "fome", apareceu-lhe a vida inteira como um enigma: nunca lhe fez fome! Pelo contrário! Nesse e noutros amores e paixões, a fome era o que mais depressa desaparecia, perante a transcendência! Havia aqui alguma idiossincrasia: da loira, ou dela! Ou seria do Fred?!
Este assunto faz pensar em como evoluímos em educação sexual e na relação entre pais e filhos...Porém, o relacionamento homem-mulher, ou generalizando, o relacionamento amoroso, é ainda muito ataviado! Digam coisas!

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