Tratar por Tu
Estou de volta. Sem projeto. Ainda bem! Tento a liberdade. Temo a liberdade. Tenho esperado por ela. Pu-la no horizonte. Como na parede dos presos, agora a contagem decresce. Vem até mim a temida, a julgadora última.
Tenho ouvido muito ruído. Os meus pares conspiram pelos poros das redes sociais. Enxurradas de ideias. A intensidade e a polaridade rasgam-me em metades de cada vez que me exponho pela leitura. Sinto-me esfarrapada. Guardo o meu conteúdo interior em bolhas. Será que resistem a tanta agressão? É tudo tão rápido...e tu?
E tu?! Ainda balanceio entre sim e sopas nos dias de vento fino pelas frestas mal betumadas do eu.
Trato-te agora por tu! Cada vez mais feneces. Estás tão cadavérico, mas ainda apareces. És como um verniz difícil de decapar - ou é a minha falta de habilidade?! Esforço-me sem fim. Nunca desisto de te erodir. Esfrego com afinco a tua barbaridade e pedacinho a pedacinho vais sumindo, deixando aquele lastro feio, raspado, revelador de outras camadas que estavam escondidas, mais feias ainda. Não mereces este meu trabalho, mas vale a pena por mim, ainda que tenha de vender um ano de vida, ou mais...uma vida debilitada doravante, sem luz. Lancei-te uma centelha, mas ardia em ti uma dúvida trémula, hesitante. Dependia, acreditava eu, dos meus esforços, da insistência. Ideia parva e neoliberal. Qual esforço! Bastava ver a tendência com o olho central, ou a sensação na garganta, no meio do peito, ou nas chacras seguintes... estava tudo lá! Mania de acreditar na moral dos exploradores económicos!...
A vida em transparência, em insignificância consciente, é uma novidade para o ser humano! Sou uma pioneira. Serei?!
É piorando que marcho batendo os pés no pó do caminho ao encontro dela. Ao teu encontro. Tratar-te-ei também a ti, por tu! Não sei já respeitar-te. Hei de aprender em resignação. Até breve!
Faço-te uma pega! Vem, danada!
E tu?! Ainda balanceio entre sim e sopas nos dias de vento fino pelas frestas mal betumadas do eu.
Trato-te agora por tu! Cada vez mais feneces. Estás tão cadavérico, mas ainda apareces. És como um verniz difícil de decapar - ou é a minha falta de habilidade?! Esforço-me sem fim. Nunca desisto de te erodir. Esfrego com afinco a tua barbaridade e pedacinho a pedacinho vais sumindo, deixando aquele lastro feio, raspado, revelador de outras camadas que estavam escondidas, mais feias ainda. Não mereces este meu trabalho, mas vale a pena por mim, ainda que tenha de vender um ano de vida, ou mais...uma vida debilitada doravante, sem luz. Lancei-te uma centelha, mas ardia em ti uma dúvida trémula, hesitante. Dependia, acreditava eu, dos meus esforços, da insistência. Ideia parva e neoliberal. Qual esforço! Bastava ver a tendência com o olho central, ou a sensação na garganta, no meio do peito, ou nas chacras seguintes... estava tudo lá! Mania de acreditar na moral dos exploradores económicos!...
A vida em transparência, em insignificância consciente, é uma novidade para o ser humano! Sou uma pioneira. Serei?!
É piorando que marcho batendo os pés no pó do caminho ao encontro dela. Ao teu encontro. Tratar-te-ei também a ti, por tu! Não sei já respeitar-te. Hei de aprender em resignação. Até breve!