A Lina

Aí está outro nome bonito numa bela rapariga! A Lina começou a conviver comigo um pouco mais tarde, por ser mais nova, mas também porque passava muito tempo na Nazaré, onde vivia grande parte do ano. Era das poucas loiras da terra, mas das pessoas mais espertas, para contrariar o ditado popular.

Uma das coisas que mais me surpreendia era que ela, ao contrário das outras raparigas, podia contar tudo à mãe, com a maior sinceridade - todo o tipo de tropelias - , que aquela levava tudo a bem, porque não acreditava em patavina. A miúda tinha um fino sentido de humor e muita inteligência para baralhar a mentalidade da aldeia.

Era muito habilidosa, e num dado momento deu-nos para os lavores.  Fazíamos casacos e camisolas com pontos desafiadores e usávamos a Burda para o corte de vestidos. Aprendi imensos truques e técnicas com ela.

Das lembranças também constam uns rissóis de berbigão feitos em parceria entre a Lina e a mãe dela, que ainda hoje me fazem crescer água na boca só de lembrar. Pois, é verdade, também tive lições de culinária com a Lina altamente prendada!

O que não me passava pela cabeça, vendo-a sempre a transviar a conversa com o seu humor e risada  exuberantes, é que Lina fosse a mente matemática que é! 

Será que ela se divertia a baralhar-nos as ideias sobre ela, como fazia com a mãe?!

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