Ai a preguiça! .

A vontade molinha a dizer do lado direito: "não faças!" E a outra, do oposto, supostamente contrária, a não dizer nada! E Ela a concordar com ambas, pois quem não fala...! 

- "Isso, não faças!" Ai que concordância que se lhe deu, habitualmente tão crítica. 

- "Mas não pode ser! Penso que.." , cogita Ela num rumor desmaiado a tropeçar no silêncio comprometedor.

- "Não penses", retine a primeira.  

E Ela a pedir auxílio a quem quer que seja. - "Falta-me a vontade", queixa-se, lamurienta! 

- "Ora ainda bem", diz o diabinho do lado dextro, voluntarioso. (Mas que azar que no cérebro está tudo cruzado e quem ganha em palavrar para o lado da linguagem que manda no autocontrolo da gente, é o malvado!)

- "Queres que te faça um desenho?!" e ri, sádico, da impotência do lado esquerdo contrapor para o hemisfério direito que, entretanto, adormeceu ao largo de uma bela piscina de água salgada, no meio do monte alentejano, para os lados de Serpa, baloiçando a rede atenta ao tilintar dos guizos nas ovelhas em promenada serena plo campo de sobreiros onde o sol se acama devagar e demoradamente, deixando a dona (ou a serva) ficar assim, troloró, a sonhar com férias campestres e com... (é ainda segredo!) e a não fazer nada para o mundo produtivo! 

<A culpa é do diacho esquerdino, que se congeminou contigo e do "canto alentejano" que te apaixona!

E ainda do belo Cantar do Grilo!>

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