Amores do Quotidiano - Poesia Rude.

Ele, atrapalhado, 

deu-lhe um beijo sonoro 

na orelha! 

Oh, que estrondo azelha! 

E envolveu-lhe o ombro

num abraço 

e acertou na parte dorida. 

Ai, a ferida! 

Queixou-se ela, 

mais dele, do que da mazela!

E lançou a maozinha 

em cima da mão dela,

roubando um afago

doméstico. 

E ela fincou-lhe um olhar 

de tolerância

curta. 

- Estás retraída! 

e ela muda

enviou muitos sinais 

com trajetos

de cadência meteórica. 

E ele retirou a mão 

e pôs-se a desenhar arcos 

de condução 

sinfónica, 

intercalados 

com a conjugação

dos dedos da mão 

esquerda

com os da mão 

direita,

a sugerir a reconciliação. 

E ela aceitou 

por ora

as escusas, 

sendo que registou 

no cadastro 

que lhe estava a fazer, 

os acontecidos...

E ele queria já tudo, 

com pouca dedicação 

e nenhum 

comprometimento. 

E ela resistia 

às tentações, 

mais do que às tentativas, 

até que: 

ponto!

E ele tentou 

mais uma 

ou duas vezes 

e depois fez-se desaparecido 

- o tempo para acertar a praia 

e o depois da praia 

com outra,

que também 

tinha correspondido! 

E adiou o encontro 

que já marcara com ela, 

que agora era a outra.

E ela, 

a outra agora, 

ressentiu-se 

com a troca, 

que presumiu 

do adiamento 

e de mais uns sinais 

subtis, 

e desejou-lhe: 

Boa Sorte, (petiz)!

E ele disse 

que não entendeu 

e pensou 

que teria de alterar 

o fim de semana, 

depois dela o deixar 

sem resposta 

na quinta-feira, 

e sem resposta 

na sexta-feira! 


Tinha azar com as mulheres, 

ou elas eram loucas!

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