Registos de vida.

A minha vida está quase toda por escrito. Quando acabar de escrevê-la, fico limpa. Reservadas as memórias entre os folhos das páginas e as diatribes do scroll, talvez estime alguns escolhos mais rudes com ampulhetas psicométricas, ou ampare os excessos de pele com andaimes terapêuticos. [Daqueles ainda não submetidos a prova, livres de controlo apertado, espectrais]
Após esse trabalho estarei purificada sem participar em rodas na serra da lua ou do sol, com marcas celtas, mandalas e pedras benzidas por rezas new age com hidromel.
A laca que vou pôr em tudo, emprestará uma eternidade razoável em termos de autoestima familiar e não vai ficar ninguém para recordar, melhor, não ficará memória sólida em gente humana; já não direi o mesmo das catacumbas das bases de dados digitais e seus algoritmos a funcionar: é possível que restem de mim, alguns avatares, em subducção. 

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