Vicky Martens
Vicky, bela e esguia, é escorregadia do cabelo às pontas de bailarina, a dançar plim-plim na caixinha de música; o tutu a fazer círculos titubeantes e ela de sorriso doce e terno para mim. Eu de cinco anos, em bicos de pés, a espreitá-la à altura da cómoda e a rir baixinho porque o coelho branco, embevecido com a Vicky, se assustou com a sua própria imagem no espelho, saltou e partiu a jarra da madrinha, que eu detestava. Entretanto, a Vicky acaba a corda e fica elegante e calma à espera que eu coma a sopa e cresça: ela talvez aos tombos no sótão e eu na vida. Mas juro que te resgatarei para a minha coleção de bonecos de sandplay, quando for grande e terapeuta, Vicky Martens.
E quando eu for roteirista da Netflix, juro, Vicky Martens, que serás a heroína da minha novela debut, com o teu nome por título e o tema, deixa pensar: serás uma bailarina famosa, vamp, de partir os corações e não te decidirás por nenhum dos dois amantes; consequentes atribulações acontecerão na tua vida, assédio de empresários, passadeiras vermelhas, uns tantos me-too, e até um acidente. Mas juro, Vicky, que te salvarei numa viagem ao futuro - pois que elas lá existirão -, e com uma terapia quântica, vais recuperar a saúde, a fama, e descobrir qual dos dois amores lutou do teu lado.
Pronto, desculpa ter-te posto numa novela burlesca e mal-alinhavada, é que hoje está frio, eu ainda sou jovem e um pouco solitária, tenho que estudar estatística, e nem sei se psicóloga serei, quanto mais terapeuta ou artista com negócio firmado. Mas és a minha adorada bonequinha de caixa de música.
Quando fores - melhor, eu for - velhinha, farei um novo vestido de tufo para ti e vou restaurar a tua figura, e, depois, talvez te ofereça para o museu de música mecânica do Pinhal Novo, por testamento.
Numa palavra, duas ou três: adoro-te Vicky Martens e pudera eu pôr-te bem de saúde! Pareces um bailarina, sabias?! Ou uma artista famosa - com esse nome!
E quando eu for roteirista da Netflix, juro, Vicky Martens, que serás a heroína da minha novela debut, com o teu nome por título e o tema, deixa pensar: serás uma bailarina famosa, vamp, de partir os corações e não te decidirás por nenhum dos dois amantes; consequentes atribulações acontecerão na tua vida, assédio de empresários, passadeiras vermelhas, uns tantos me-too, e até um acidente. Mas juro, Vicky, que te salvarei numa viagem ao futuro - pois que elas lá existirão -, e com uma terapia quântica, vais recuperar a saúde, a fama, e descobrir qual dos dois amores lutou do teu lado.
Pronto, desculpa ter-te posto numa novela burlesca e mal-alinhavada, é que hoje está frio, eu ainda sou jovem e um pouco solitária, tenho que estudar estatística, e nem sei se psicóloga serei, quanto mais terapeuta ou artista com negócio firmado. Mas és a minha adorada bonequinha de caixa de música.
Quando fores - melhor, eu for - velhinha, farei um novo vestido de tufo para ti e vou restaurar a tua figura, e, depois, talvez te ofereça para o museu de música mecânica do Pinhal Novo, por testamento.
Numa palavra, duas ou três: adoro-te Vicky Martens e pudera eu pôr-te bem de saúde! Pareces um bailarina, sabias?! Ou uma artista famosa - com esse nome!