Ai que dor! O Duarte
Podia ser o título de uma série. Um psicólogo escolar guarda memórias arrepiantes dos alunos que conheceu! Deviam ser contadas, desmontando e recombinando, ficando anónimas e perdidas no tempo... O Duarte, nome inventado agora, tinha apenas 15 anos. Ficava alterado nas aulas, em turbilhão emocional; às vezes fugia da escola, saltando a vedação e fazia longos quilómetros a caminhar. Uma vez contorcia-se de dores no peito e chorava. Muitas vezes chorava, mas daquela agarrava-se a si mesmo, na zona do coração, tremia e dava ais. Ficou na maca um tempo, em sala própria, e a psicóloga com ele, fê-lo falar e tentou o relaxamento. O rapaz contou-lhe os flashes que tinha da sua cadela a ser morta à facada pelo padrasto, que era talhante. Imaginam?! Tomava o cocktail de medicamentos psiquiátricos, tinha a CPCJ, vinha de outra escola, não aguentava estar dentro de uma sala de aula. Mal sabia ler! A mãe, mulher de aspeto muito estragado, vinha sempre que solicitada. Parecia ter debilidade intelec...